sábado, 6 de fevereiro de 2010

[ A Paixão de Arlequim ]


Nesta obra que mescla fantasia e amor, Neil Gaiman e John Bolton (de Livros da Magia) em uma versão contemporânea da clássica Commedia Dell'Arte italiana, sobre um amor servil e desesperado de um bufão mágico, o Arlequim.

A história começa quando o Arlequim, literalmente, prega seu coração na porta de Missy, a mulher que ele escolheu ser sua Colombina. Enquanto a jovem retira o coração de sua porta, colocando-o num saco plástico, olha à sua volta tentando descobrir de onde veio esse presente tão raro de dia dos namorados. Os eventos subseqüentes se desenvolvem em torno do que Missy faz com o coração do Arlequim, enquanto ele a segue pela cidade, cada vez mais apaixonado.

Nesta aventura envolvente, os personagens dançam entre um mundo de tons pastéis e traços impecáveis de Bolton, nos quais o Arlequim é, de longe, a mancha de cor mais brilhante de cada página.

Este é um romance trágico e bizarro, no qual o Arlequim encontra as estrelas da Commedia Dell'Arte em várias dos personagens que ele espia no decorrer da história. Arlequim enxerga Missy como sua Columbina. Depois, encontra quem acredita ser O Doutor e o Pantaleão...

A menção ao Pierrô, outro arquétipo da Pantomima, irremediavelmente apaixonado pela Columbina e fadado a sempre ser mal-sucedido na busca por esse amor, aparece em determinado ponto, onde Arlequim fala para si mesmo o quanto está se sentindo "quase como um Pierrô, o que é péssimo para um Arlequim".

Mesmo para os que não estão familiarizados com a Commedia Dell'Arte e a Pantomima (ou Arlequinada), Gaiman dá a cada referência contexto suficiente para que a história faça sentido.

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